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Trilha e escalada para a Pedra do Garrafão na Serra dos Órgãos

Atualizado: 12 de jan.


Pedra do Garrafão Serra dos Órgãos

A Pedra do Garrafão pertence ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO) e sua subida é feita pela sede de Teresópolis. Considero um dos cumes mais incríveis da Serra dos Órgãos, onde todo o percurso é lindo e o cume é simplesmente maravilhoso, muito diferente dos outros da região. Além disso, a trilha em si é muito divertida, é utilizado técnicas variadas e você está sempre fazendo algo novo no caminho. A sua formação é diferente das demais e a sensação é de uma imersão muito pura na natureza até por ser muito pouco frequentada.

Ela possui 2.255m de altitude, que pode ser acessada através de caminhada pesada e escalada. A Pedra do Garrafão é uma montanha para pessoas mais experientes, pois além de ser bem exigente fisicamente, também é necessária a utilização de diversas técnicas.


Resumo Pedra do Garrafão

* Os dados sobre "Dificuldade Média" são baseados no documento oficial da FERMEJ (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro), clique aqui e saiba mais sobre a Metodologia de Classificação de Trilhas.

 

O que você vai encontrar neste post?


 

Como chegar na Pedra do Garrafão na Serra dos Órgãos?


Essa aventura pode ser realizada de duas formas:


✔ Opção 1: Estilo Bate e Volta

Você pode fazer todo o caminho em um dia e voltar no mesmo dia (relato que você vai encontrar aqui).


✔ Opção 2: Em dois dias com acampamento

Você pode também pernoitar no Abrigo 4 após fazer a trilha da Pedra do Sino e no dia seguinte fazer o ataque até a Pedra do Garrafão, voltando todo o caminho nesse segundo dia.


Qual a opção melhor?

Cada um deles tem suas vantagens e desvantagens, o bate e volta exige bastante do físico e é necessário um ritmo mais acelerado de caminhada, mas amei fazer dessa forma, bem emocionante. No segundo, é possível fazer tudo com mais calma, porém carrega mais peso e exige mais tempo, porém, eu diria que é mais acessível dessa forma.

Pedra do Garrafão Serra dos Órgãos


Qual a melhor época para subir a Pedra do Garrafão?


A melhor época é durante a Temporada de Montanha que vai de abril a setembro, isso porque tendemos a ter dias mais secos (sem chuvas e raios) e abertos, tornando mais segura a conquista. Não é impeditivo ir fora dessa época desde que consiga uma boa janela de tempo.



Como é subir a Pedra do Garrafão?


O objetivo é chegar ao cume da Pedra do Garrafão, mas para chegar até ela é necessário realizar a trilha da Pedra do Sino primeiro. Chegamos ao parque assim que ele estava abrindo para conseguirmos aproveitar o dia.



A trilha da Pedra do Sino é conhecida como “Caminho do Boi” isso porque é uma trilha sinuosa com baixo grau de inclinação que segue subindo por 11km. É considerada uma trilha moderada comparando com outras da região. Caso decida fazer no estilo bate e volta, é necessário ir em um ritmo mais acelerado, pois esse é o trecho que será possível. O caminho é bem demarcado, conhecido, aberto e com baixo grau de dificuldade.


Após umas 3h você terá chegado na bifurcação da Pedra do Sino e Abrigo 4. Recomendo ir até o abrigo 4, dar uma leve descansada e reabastecer sua água, pois a partir desse ponto não terá fonte para abastecer novamente e a aventura vai de fato começar.

A caminhada até Pedra do Garrafão é muito pouco sinalizada e com diversos trechos extremamente expostos. Quando fui, também existiam diversos trechos com a mata fechada e tudo isso vai desacelerando o processo. Lembre-se que você já terá caminhado 11km e a partir desse ponto vai descer para ascender até o cume.


Recomendo fortemente ir com um guia local ou com pessoas que já frequentaram o lugar e realmente não só sabem o caminho, mas também saberão utilizar as técnicas necessárias.


Primeiramente, começamos descendo um lajedo sinuoso sempre no sentido da Pedra. Alguns trechos estavam bem fechados (mais altos que eu) e a orientação desse primeiro trecho pode ser bem complicada, mas o visual é realmente de tirar o fôlego.



O primeiro trecho técnico é a descida de uma caverna que possui 5m de desnível (estávamos com uma corda de 10m). A partir desse momento, colocamos os equipamentos e não tiramos mais. Fixamos a corda, descemos e deixamos ela ali para a volta, por ser mais fácil o retorno por ascensão. Nessa hora é bom colocar a lanterna, pois fica bem escuro mesmo após a descida.



Caminhamos mais um pouco, até chegarmos ao segundo trecho técnico onde somos levados ao colo da montanha. Um rapel de cerca de 35m para ser realizado, para descer é fácil, porém não se esqueça que a volta é realizada pelo mesmo caminho por ascensão. Existe um cabo de aço fixo ali, lembra o trecho de cabo de aço do Dedo de Deus, entretanto, apesar do cabo do Dedo ser mais longo, é menos íngreme.


O do Garrafão tem alguns trechos que parecem chegar a quase 90° e existem diversas técnicas que você pode utilizar na volta. No caso, fizemos o rapel e fixamos uma corda de 50m para ajudar na volta. No meu caso, esse retorno foi o mais difícil de todo o percurso realizado, a pedra estava bem molhada, mas no final, tudo deu certo.



Após a chegada no colo, chegou a hora de subir por mais uma trilha até chegarmos no último trecho técnico. Deste até o cume, percorremos em torno de 50m. O último trecho para mim foi o mais exposto de todo o percurso, então é muito importante manter a calma e fazer tudo tranquilamente e lembrar-se que nesse ponto você está quase lá!



Após aproximadamente mais 3h de muita caminhada, rapel, escalada e aventuras você terá chegado no tão desejado Garrafão com seus 2.255m de altitude. É com certeza um dos lugares mais incríveis que eu já fui na vida. Inclusive, depois de assistir o voo com o drone, vai entender o motivo, eu me senti na era Viking.



É possível observar Agulha do Diabo, Escalavrado, São Pedro, Dedo de Deus, o percurso da Travessia completo e Três Picos, só cumes incríveis e que também merecem ser visitados. Nesse momento, você irá entender porque é um dos locais menos frequentados da região e também irá se apaixonar pelo local.


Após deslumbrar essa natureza, se sentir na era Viking, assinar o Livro de Cume e renovar as energias, hora de descer porque a aventura estará longe de terminar. Lembre-se que o caminho é o mesmo, porém de forma inversa. Caso seja feito em estilo bate e volta, provavelmente todo o percurso irá durar em torno de 12h (a descida da Pedra do Sino será feito no escuro). Caso seja com pernoite, provavelmente umas 4h no primeiro dia e umas 10h no segundo dia.

 

Orientações para subir a Pedra do Garrafão

  • Leve lanterna;

  • Leve lanche reforçado por se tratar de uma atividade longa. O tempo de trilha aproximado é de 10h, mas irá variar do quão experiente você é;

  • Procure ir leve para conseguir fazer a trilha e escalar com uma melhor performance;

  • É necessário levar alguns equipos extras, dependendo se estará como participante ou com guia.


🔗 Links que podem te ajudar:


No atual momento (2023), é necessário pedir autorização ao PARNASO para realizar a escalada e não está sendo cobrada a entrada.

3 comentários

3 Comments


Lugar espetacular! Mais um dos locais em que dá vontade de ficar no cume por várias e várias horas! A orientação da Pedra da Sino até o paredão em certos pontos é meio confusa. Fiz em bate e volta também... foi bem cansativo, aquela ascensão no paredão do rapel então suga bastante a gente, subimos "prussicando". Parabéns por essa conquista incrível. Parabéns pelo seu blog, sua narrativa é objetiva e sem delongas, é uma excelente fonte de informação.

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Não, não tenho sugestões. O mato estava bem alto sim, pois ali realmente é pouco frequentado, e na minha opinião o PARNASO poderia dar mais atenção à manutenção e sinalizar sutilmente certos pontos essa e outras trilhas como a Pedra de São Pedro . Tem gente que não concordaria dizendo que montanhismo é isso de se aventurar e daria muitos "farofeiros" e blá blá lá, creio que "farofeiros" ocorrem mais em trilhas fáceis. Sim trilhas assim sem monotonia de ficar só andando são ótimas e divertidas.

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Quem escreve?

Fernanda Diva sorrindo sobre uma montanha de nevada

Fernanda Diva

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Sou montanhista, viajante, cientista, escoteira, nômade digital, criadora de conteúdo outdoor & fundadora da SOUL AVENTUREIRA. Falo aqui sobre trekking, camping, escalada, montanhas, cachoeiras, praias e muita informação sobre o universo outdoor. 
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