top of page

Guia completo: Travessia Marins x Itaguaré

Travessia Petrópolis x Teresópolis

Considerada uma das travessias mais técnicas e desafiadoras do Brasil, a Travessia Marins x Itaguaré é o sonho de muitos montanhistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros. Sem dúvidas, é uma aventura inesquecível, e aqui você encontrará todas as informações necessárias para planejar e realizar essa jornada. É uma travessia quase toda completada acima dos 2.000m.


Localizada na Serra da Mantiqueira, entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, essa travessia possui cerca de 19 km de extensão, pertencendo ao Monumento Natural Estadual da Mantiqueira Paulista. Ao longo do percurso, os aventureiros enfrentam terrenos acidentados, subidas íngremes e exigentes escalaminhadas, escaladas de 2 grau, além de passagens rochosas que exigem técnica e preparo. Com paisagens impressionantes, a travessia conecta dois picos icônicos: o Pico dos Marins, com 2.420 metros de altitude, e o Pico do Itaguaré, com 2.308 metros. Além de ter o Pico do Marinzinho e a Pedra Redonda como dois outros picos importantes da travessia.


Recomendado só para montanhistas mais experientes. Planeje bem sua logística de equipamentos e água. Aproveite e adquira sua passagem aérea com 5% de desconto caso venha de outro estado.


Resumo Travessia Marins x Itaguaré

* Os dados sobre "Dificuldade Média" são baseados no documento oficial da FEERMEJ (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro), clique aqui e saiba mais sobre a Metodologia de Classificação de Trilhas.

 

O que você vai encontrar neste post?


 

Qual a melhor época para fazer a Travessia Marins x Itaguaré?


A melhor época para fazer a Travessia Marins-Itaguaré é durante o inverno brasileiro, durante a Temporada de Montanhas. No geral o movimento aumenta entre os meses de abril a setembro, isso porque, durante esse período, o tempo é mais estável (menos chuvas e menor chances de raio), clima mais ameno (atenção às vestimentas) e os dias são mais limpo e incríveis.


Quais são os principais riscos dessa Travessia?

  • Se perder durante o trajeto ou se lesionar;

  • Chuvas e raios, se tornando mais vulnerável a acidentes ou grandes transtornos;

  • Hipotermia, assim que o sol se põe a temperatura cai muito.

 

Qual a dificuldade da Travessia Marins Itaguaré?


A travessia não é para iniciantes e exige um preparo físico e mental, porém seu nível de dificuldade vai aumentar ou diminuir de acordo com o estilo de travessia que você resolver realizar. Ela possui muita exposição, escalaminhada e trechos expostos.


Algumas pessoas optam por apenas fazer a travessia sem o ataque aos cumes, no meu relato vou abranger todo o conjunto, pois foi o realizado em 3 dias. Percebi que muitos realizam em 2 dias ou 1 dia sem os devidos ataques.


Lembrando que maiores detalhes com imagens e tempo, você verá no vlog que está no fim do artigo, que é super recomendado caso vá realizar.


 

Dia 1 – Marins

Distância: 6,5km


No primeiro dia da subida ao Pico dos Marins, a trilha começa no Refúgio Marins, em Piquete, São Paulo. Para chegar ao refúgio, você tem a opção de pernoitar em Passa Quatro ou Marmelópolis e pegar um transfer até o local, com recomendação do serviço da Pati, da AdventureTransfer. Outra alternativa é acampar no próprio refúgio ou ficar em um dos quartos disponíveis, onde também é possível deixar seu carro estacionado com segurança e começar a trilha no dia seguinte por exemplo.



A subida inicia com uma caminhada pela Mata Atlântica, que gradualmente se transforma em Campos de Altitude. Um dos pontos de destaque é o Morro do Careca. O percurso inclui uma significativa exposição e trechos de caminhada em rochas, especialmente na parte final, conhecida como o ataque ao cume. Recomendo ir com uma bota que tenha um solado com uma boa aderência, isso porque não só durante esse ataque ao cume, mas em diversos trechos da travessia é utilizada a técnica da aderência. Logo depois do colo, será necessário utilizar técnicas de agarras para fazer a progressão. Apesar de não ter lido em lugar algum, consideraria uma escalada de 2 grau.



Existe livro de cume para assinar e deixar sua lembrança. Chegando ao cume do Pico dos Marins, a 2.420 metros de altitude, você encontrará uma vista espetacular do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira.


Existe um ponto d`água logo no início da trilha e um na base dos Marins que infelizmente está contaminada na atualidade, mostro imagens no vlog da travessia. Existem várias áreas para acampamento, com opções próximas à base do Marinzinho, na base do Pico dos Marins e no próprio cume. No primeiro dia da trilha, não é necessário o uso de corda.


⚠ TODO O LIXO deve ser carregado com você até o fim da travessia.

⚠ Obrigatório uso de ShitTube (cupom soulgaia10)


Dia 2 – Travessia

Distância: 7km


A subida inicial leva até o Pico do Marinzinho, que está a aproximadamente 2.432 metros de altitude. O caminho é caracterizado por uma caminhada exposta em rochas, onde a técnica é fundamental. A subida até o Marinzinho não requer o uso de corda, mas é importante estar preparado para áreas de exposição e rocha. Existe livro de cume e o visual é incrível principalmente focado no Pico dos Marins, Itaguaré e a Serra Fina. Para sua descida há um trecho que possui corda de apoio, mas não recomendo contar com ela. Recomendo levar a sua para realizar um rapel de aproximadamente 13m, possui parada dupla.



Depois da descida do Marinzinho, você seguirá caminhando em direção à Pedra Redonda. Ela está localizada a aproximadamente 2.304 metros de altitude. É um cume significativo da trilha e um ponto de referência importante. No local, há também um livro de cume para que os aventureiros possam registrar suas conquistas.


A trilha continua em direção ao Pico do Itaguaré. No caminho existe um ponto d`água fazendo um pequeno desvio. A caminhada até a base do Itaguaré é marcada por um terreno variado, passando por áreas de vegetação e campos de altitude com muita escalaminhada. Ao longo do caminho existem diversas áreas para poder acampar. Em sua base também existe um ponto em que atualmente está contaminado.


Principalmente o segundo dia, possui uma orientação mais desafiadora, a trilha não é tão sinalizada. Além disso, a exposição solar nos três dias é quase constante. Recomendo blusas de manga comprida UV e chapéu.



Dia 3 – Pico do Itaguaré

Distância: 4km


No terceiro dia da Travessia Marins-Itaguaré, o dia começa com o ataque ao cume do Itaguaré. Este é um dos trechos mais desafiadores da travessia, conhecido por sua exposição, diria que existem trechos de escalada de 2 grau. O caminho até o cume envolve a passagem pelo famoso "pulo do gato". Alguns montanhistas optam por atravessar sem equipamento adicional, mas é recomendável o uso de uma corda de 15m para maior segurança. O "pulo do gato" possui 5 grampos de ancoragem em ambos os lados para garantir a segurança durante a travessia.


Após superar o "pulo do gato", a subida continua com uma escalaminhada exposta té o cume do Itaguaré (bem estilo PNI). Já o cume do itaguaré não possui nem ponto de ancoragem fixa sendo necessário fazer uma desescalada para retorno. No topo, há um livro de cume disponível para registrar sua conquista. As vistas do cume são deslumbrantes e recompensam o esforço. Não se pode acampar em seu cume.



Após isso, você irá realizar sua descida, que mantém o estilo da travessia por algumas horas. Nos últimos 30 minutos de caminhada, você encontrará água e cruzará vários córregos. A trilha neste trecho é significativamente mais fácil em comparação com as partes anteriores. Caso você tenha contratado um transfer, este estará esperando para levar você de volta a Passa 4, marcando o final da sua jornada épica. Na ida são cerca de 1h30min e na volta aproximadamente 1h de carro.


Assim, encerra-se a Travessia Marins-Itaguaré, com uma combinação de desafios e belezas naturais que deixam memórias inesquecíveis. Antes de realizá-la, recomendo além de fazer um outro trekking, também realizar Agulhas Negras e/ou Prateleiras para entender um pouco sobre a exposição dessa aventura.

 

Informações e Orientações para Travessia


Mais informações no vídeo a seguir:



Endereços:

📌 Base Marins


  • Necessário agendamento para realizar a travessia. Está gratuito no momento.


É obrigatório contratar um guia?

Todos os atrativos podem ser visitados sem o acompanhamento de um Guia ou de um Condutor de Visitantes. Entretanto, caso não tenha experiência nesse tipo de atividade, se recomenda a presença de uma pessoa que conheça o atrativo.


Existe sinal telefônico ou internet?

Vi relatos que as pessoas conseguem sinal durante alguns pontos da travessia, eu só consegui no cume do Itaguaré que foi onde avisei o transfer da descida.

0 comentário

Comments


Quem escreve?

Fernanda Diva sorrindo sobre uma montanha de nevada

Fernanda Diva

Design sem nome (18).png

Sou montanhista, viajante, cientista, escoteira, nômade digital, criadora de conteúdo outdoor & fundadora da SOUL AVENTUREIRA. Falo aqui sobre trekking, camping, escalada, montanhas, cachoeiras, praias e muita informação sobre o universo outdoor. 
Acompanhe minhas aventuras
@soul.aventureira!

Aproveite os descontos!

G0384793_1597165029915(1)_edited.jpg

Fique por dentro!

Seja avisado sobre novas aventuras! Prometo que você só vai receber conteúdo que vale a pena!

Obrigado(a) pela inscrição! Faça parte também da Comunidade Aventureira: clique aqui!

Informações, Equipos e Técnicas

1/4
bottom of page