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Escalada na Agulha do Diabo: top 15 escaladas mais desejadas do mundo!

Atualizado: 19 de mar.



Você provavelmente já ouviu falar na Agulha do Diabo, além de ser um marco do montanhismo brasileiro, também é desejada por muitos montanhistas ao redor do mundo. A Agulha do Diabo é um pico com 2.050m de altitude que pertence ao Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), em Guapimirim no estado do Rio de Janeiro. Ela pode ser conquistada de duas formas: bate e volta ou com pernoite, a segunda opção será a que irei relatar.


Se você, assim como eu, também sonha em realizar esse feito, entenda: você precisa se preparar fisicamente e emocionalmente, e vou te explicar o porque nesse post!


Resumo Agulha do Diabo
Resumo Agulha do Diabo

* Os dados sobre "Dificuldade Média" são baseados no documento oficial da FERMEJ (Federação de Esportes de Montanha do Estado do Rio de Janeiro), clique aqui e saiba mais sobre a Metodologia de Classificação de Trilhas.

 

O que você vai encontrar neste post?


 

Qual a melhor época para conhecer a Agulha do Diabo?


A melhor época é durante a Temporada de Montanha que vai de abril a setembro, isso porque tendemos a ter dias mais secos (sem chuvas e raios) e abertos, dando preferência a dias com vento menos intenso, tornando mais segura a conquista. Não é impeditivo ir fora dessa época desde que consiga uma boa janela de tempo.



História da Agulha do Diabo


Inicialmente batizada como "Penhasco Fantasma" e posteriormente renomeada como Agulha do Diabo é uma das escaladas mais clássicas do Brasil, e sua importância histórica para o montanhismo nacional é incontestável. A ascensão dessa incrível montanha, com sua formação pontiaguda e seu "mini" cume, representa um marco no cenário do montanhismo no país.


Ao longo de dois anos, os conquistadores enfrentaram uma série de desafios para chegar aos 2.050 metros da montanha em 1940. Além das dificuldades da escalada em si, eles também tiveram que lidar com o acesso penoso à base, atravessando o vale entre as montanhas Santo Antônio e São João. Atualmente, o percurso é pelo "Caminho das Orquídeas" que foi aberto em 1965 para facilitar o acesso até a Agulha do Diabo. Naquela época, os equipamentos disponíveis eram precários, pesados e volumosos, o que tornava a escalada ainda mais desafiadora.



Conquistadores: Giuseppe Toselli, Roberto Menezes de Oliveira, Raul Fioratti, Günther Buchheister e Almy Ulissea


Como é a trilha para a Agulha do Diabo?


A trilha se inicia na sede de Teresópolis do PARNASO, e ela pode ser dividida em duas etapas: a primeira seria a caminhada até o Mirante do Inferno e a segunda até a base da via.


As informações da trilha até o Mirante do Inferno podem ser encontradas nesse artigo. A primeira parte é a caminhada tradicional que leva até a Pedra do Sino. Uma opção é seguir até a bifurcação que leva até o Mirante ou pegar o Paredão Paraguaio que encurta o caminho, porém é mais íngreme com leves escalaminhadas. Esse percurso irá durar cerca de 3h dependendo do caminho a ser escolhido assim como da modalidade.



Caso vá realizar o pernoite, o mesmo será feito no Paquequer que fica há 15min do Mirante do Inferno. É necessário agendamento e autorização para o mesmo.


O percurso que leva do Mirante do Inferno até a base da via da Agulha do diabo que possui o trecho mais delicado de trilha durante cerca de 1h. O primeiro trecho é a mesma que leva até o São João e logo após tem a bifurcação para a Agulha. É necessário descer até a base da grota e depois subir até a base da via passando pelo vale da geladeira. A trilha como um todo merece atenção pois existem diversos trechos escorregadios e e erodidos, além de ser área de desmoronamento. Você irá encontrar diversos tipos de escalaminhada e inclusive uma pequena chaminé para vencer na gruta da geladeira.



Como é a escalada para a Agulha do Diabo?


⚠ A escalada da Agulha do Diabo não é uma aventura para iniciantes. Inclusive, diversos guias de montanha, recomendam que já se tenha realizado algum curso básico de escalada ou que já se tenha experiência com a atividade, assim, a probabilidade de você ter uma experiência melhor aumenta. É esperado que se conheça técnicas de escalada e procedimentos como: oferecer segurança para o guia, saber montar um sistema de rapel, fazer o bloqueio do freio, saber fazer uma ascensão e recolher os equipamentos como costuras ao logo da via. Lembre-se de se preparar fisicamente e emocionalmente.


Essa foi uma experiência incrível! Fui escalando de acompanhante e conto tudo sobre essa aventura aqui nesse vídeo, desde a preparação até a finalização comemorando a conquista!

Ao se chegar na base da via, é necessário se equipar e de fato começar a escalada. São aproximadamente 230m de escalada com dez enfiadas (variando de acordo com o croqui a ser seguido) até o sonhado cume . Passando por chaminés, diedros, aderência, fendas, cabo de aço e colocando não somente técnica, mas também o mental em prática.



Durante as 5 primeiras enfiadas, o grau varia de II até V, isso porque existem trechos de caminhada, desescalada, escalada em horizontal e diagonal, fendas, diedo, utilizando diversas técnicas incluindo oposição e aderência. Após esse primeiro trecho de enfiadas curtas, chega-se a primeira chaminé da Agulha, logo após a bifurcação com o Diabinho.


Essa é conhecida como Chaminé em L, porque se faz uma caminhada interna, e depois utiliza-se a ténica da chaminé para ultrapassar esse lance cotado em III grau. A próxima enfiada é curta e pode ser feita em artificial (A0) ou em livre (IV) e chega-se a base do famoso cavalinho. O cavalinho é uma fenda em que existem diversas técnicas a serem utilizadas para vencê-lo, as mais tradicionais são: "pagar barra" e passar "minhocando", eu utilizei a segunda ténica, este é cotado em IV grau. É necessário manter a calma, pois a altitude e exposição podem vir a assustar.



A penúltima enfiada é a Chaminé da Unha com seus 20m de extensão cotada em IV grau. Seu início é escalado de frente para unha e aproximadamente no meio, você vira para a agulha para terminar a escalada. Por fim, a última enfiada da via são os 30m de cabo de aço. Apesar de parecer simples, pode ser muito cansativo devido ao grau de inclinação que é em sua maioria é positivo, porém tem um trecho que chega próximo aos 90°.



E finalmente se chega no momento de aproveitar o mar de montanhas, com visual 360º da Serra e agradecer pela experiência. Aqui de cima é possível ver claramente o PARNASO, PETP, a cidade de Teresópolis e o Rio de Janeiro ao fundo. Vale o destaque para para a Travessia da Neblina, São João e Garrafão. Assinar o livro do cume em uma montanha como a Agulha do Diabo é sem igual, e não tenho palavras que possam descrever esse momento. É uma sensação única para amantes do montanhismo brasileiro! Essa montanha nos ensina absurdamente.



A descida se inicia com uma sequência de 5 rapéis e depois seguimos a trilha até o Mirante do Inferno e por fim até a barragem na sede de Teresópolis.


E aí, depois de ler esse post ficou com vontade de escalar a Agulha do Diabo?


 

Orientações para Escalada na Agulha do Diabo


  • Use luvas para proteger suas mãos durante a utilização do cabo de aço e joelheiras para te proteger durante as chaminés caso tenha sensibilidade;

  • Leve lanterna;

  • Leve lanche reforçado por se tratar de uma atividade longa. ;

  • A última fonte d´água na trilha é no Paquequer, pouco antes do Mirante do Inferno. Se prepare para levar no mínimo 1.5l água;

  • Procure ir leve para conseguir fazer a trilha e escalar com uma melhor performance;

  • É necessário levar alguns equipos extras, dependendo se estará como participante ou com guia.


🔗 Links que podem te ajudar:


No atual momento (2023), é necessário pedir autorização ao PARNASO para realizar a escalada e não está sendo cobrada a entrada.


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Quem escreve?

Fernanda Diva sorrindo sobre uma montanha de nevada

Fernanda Diva

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Sou montanhista, viajante, cientista, escoteira, nômade digital, criadora de conteúdo outdoor & fundadora da SOUL AVENTUREIRA. Falo aqui sobre trekking, camping, escalada, montanhas, cachoeiras, praias e muita informação sobre o universo outdoor. 
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